Você sente que está vivendo uma fase em que nada está definido? Como se sua vida estivesse em “modo espera”?
Espera pelo resultado de um processo seletivo…
Espera pela decisão sobre onde vai morar…
Espera por uma resposta da vida amorosa, que ainda não se resolveu…
Essa sensação de estar com um pé em cada possibilidade, sem controle real sobre os desfechos, pode gerar um nível alto de ansiedade antecipatória — aquela em que o corpo já sofre por algo que ainda nem aconteceu.
E o que mais alimenta esse ciclo?
A busca por certeza em situações onde ela não existe.
Mas por que a incerteza incomoda tanto?
Nosso cérebro é naturalmente programado para evitar riscos. E incerteza, para o cérebro, soa como perigo.
Mesmo que racionalmente a gente saiba que “as coisas podem dar certo”, emocionalmente o corpo reage como se estivesse em alerta o tempo todo.
Isso explica:
- O cansaço mental de ficar imaginando mil cenários.
- A dificuldade de descansar mesmo quando “nada está acontecendo”.
- A tentação de tomar decisões precipitadas só para se livrar do incômodo da dúvida.
Então o que fazer quando não dá para ter todas as respostas agora?
💡 Aqui está o ponto central da Terapia Cognitivo-Comportamental:
Não é o fato de haver incertezas que causa sofrimento. É a forma como você responde a elas.
Veja algumas estratégias que podem ajudar:
1. Diferencie o que é fato do que é suposição
Pensamentos como:
- “E se eu não passar no processo seletivo?”
- “E se eu morar fora e me arrepender?”
- “E se eu nunca encontrar alguém?”
…são hipóteses, não realidades.
Pergunte-se
O que eu sei de fato neste momento?
Treinar a mente para lidar com dados concretos evita que você construa castelos de areia que desmoronam com o vento da dúvida.
2. Aceite o “intervalo da vida” como parte do processo
Nem tudo é sobre avançar.
Às vezes, é preciso parar, observar, e permitir que as coisas se revelem no tempo delas.
Ansiedade gosta de urgência, mas a vida acontece em camadas.
Pergunte-se
O que posso construir com o que já sei agora?
Talvez seja rotina, autocuidado, projeto pessoal — ou até preparar emocionalmente a mudança, caso ela venha.
3. Crie planos flexíveis, não rígidos
Planejamento é importante, mas rigidez mental aumenta a frustração.
Quando você traça alternativas — plano A, B ou até C — você não anula o desejo principal, mas aprende a navegar entre cenários com mais flexibilidade.
4. Cuidado com o “esperar para viver”
Muitas pessoas dizem:
“Quando tudo se resolver, aí sim eu vou…”
(começar a me cuidar, investir em mim, fazer terapia, recomeçar a vida amorosa)
Mas viver em pausa é um desperdício de vida.
Você pode ainda não saber onde vai morar, mas pode começar a montar sua rotina emocional.
Pode ainda não ter encontrado um parceiro, mas pode cuidar da mulher que deseja ser nesse relacionamento.
5. Diminua a velocidade dos pensamentos, não da vida
Incerteza não é paralisia.
É possível continuar vivendo, mesmo sem todas as respostas.
Respire.
Reorganize.
Escolha cuidar do que já está nas suas mãos hoje.
Por fim…
Incertezas fazem parte de qualquer momento de transição.
Mas você não precisa que tudo esteja resolvido para começar a se sentir em paz.
Eu ajudo pessoas diariamente a lidar com essas fases — e posso te afirmar com segurança:
É possível viver bem, mesmo no meio da dúvida.
Porque a clareza externa nem sempre vem primeiro…
Mas o fortalecimento interno pode vir já — se você decidir por ele.
Um abraço carinhoso,
e seguimos — um dia de cada vez, 1% melhor a cada dia. 💛
Claudia Cruz
Psicóloga & Neuropsicóloga | Terapia Cognitivo Comportamental